sábado, 24 de novembro de 2012

Uma passagem pela história geral do Colégio Pedro II


Emblemas do colégio

“Educar crianças e adolescentes, tornando-os capazes de responder às transformações técnicas, culturais, emocionais e sociais do mundo de hoje.”
Missão do Colégio Pedro II


A história do Colégio Pedro II é longa, começando na primeira metade do século XVIII. Seu embrião foi o Colégio dos Órfãos de São Pedro, criado pelo bispo Antônio de Guadalupe, em 1739. Anos depois, em 1766, o Colégio foi transformado em Seminário de São Joaquim no local da atual Unidade Escolar Centro, ao lado da Igreja de São Joaquim.

Campus Centro

Só passou a ser chamado de Colégio Pedro II em 1837, mais especificamente no dia 2 de dezembro, através do decreto que Bernardo Pereira de Vasconcelos, o então Secretário e Ministro do Império, levou ao Regente Interino do Império. Esse decreto determinava o novo nome, além das disciplinas a serem ensinadas, as línguas latina, grega, francesa, inglesa, retórica e os princípios elementares de geografia, história, filosofia, zoologia, mineralogia, álgebra, geometria e astronomia. O prédio do antigo seminário foi reformado sob um projeto do arquiteto Grandjean de Montingy.

As aulas começaram no dia 25 de março do ano seguinte.

“Nenhum cálculo de interesse pecuniário, nenhum motivo menos nobre, e menos patriótico, que o desejo de boa educação da mocidade, e do estabelecimento de proveitosos estudos, influiu na deliberação do Governo. Revela, pois, ser fiel a este princípio: manter e unicamente adotar os bons métodos; resistir a inovações que não tenham a sanção do tempo e o abono de felizes resultados; prescrever e fazer abortar todas as espertezas de especuladores astutos, que ilaqueam a credulidade dos pais de família com promessas de fáceis e rápidos processos na educação de seus filhos; e repelir os charlatães que aspiram à celebridade, inculcando princípios e métodos que a razão desconhece, e muitas vezes assustada reprova. Que importa que a severidade de nossa disciplina, que a prudência, e a salutar lenteza com que procedemos nas reformas, afastem do Colégio muitos alunos? O tempo que é sempre o condutor da verdade, e o destruidor da impostura, fará conhecer o seu erro. O Governo só fita a mais perfeita educação da mocidade: ele deixa (com não pequeno pesar) as novidades, e a celebridade aos especuladores, que fazem do ensino da mocidade um tráfego mercantil, e que nada interessam na moral, e na felicidade de seus alunos. Ao Governo só cabe semear para colher no futuro.”
Trecho da aula inaugural, por Bernardo de Vasconcelos



Bernardo de Vasconcelos

O sistema do colégio era muito preso ao governo imperial. Os professores eram escolhidos pelo ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos, mas sua escolha deveria ser aprovada pelo imperador. O programa de ensino também era decidido pelo governo imperial, seguindo seus ideais, desejavam formar cidadãos-modelo.

O nome da instituição veio a mudar em 21 de novembro de 1889, passando a ser Instituto Nacional de Instrução Secundária por ordem de Deodoro. No ano seguinte, porém, muda novamente de nome por iniciativa de Benjamin Constant, ex-professor do colégio, virando Ginásio Nacional.

O nome Colégio Pedro II só voltou a aparecer em 1911, por ordem do presidente Marechal Hermes da Fonseca, também ex-aluno, e assim permanece até os dias atuais.

O Colégio é conhecido pela tradição e até hoje considerado como padrão. Formou várias ilustres figuras brasileiras, como Dias Gomes, Fernanda Montenegro, Fátima Bernardes, Cassia Eller, além de ex-presidentes.
A primeira Unidade Escolar foi a do Centro, sendo seguida por São Cristóvão. Diante da grande demanda de alunos, foram inauguradas as unidades Engenho Novo e Humaitá em 1952 e a unidade Tijuca em 1957. Depois de um longo período sem novas unidades serem abertas, em 6 de abril de 2004 foi inaugurada a Unidade Escolar Realengo, com o intuito de atender a população da zona oeste da cidade. Os munícios de Niterói e Duque de Caxias vieram a receber unidades escolares do colégio em 2006 e 2007, respectivamente.

Neste ano, o Colégio Pedro II está entrando em uma nova fase. Sob a lei nº 12.677/2012, o colégio passa a ser “instituição federal de ensino, pluricurricular e multicampi, vinculada ao Ministério da Educação e especializada na oferta de educação básica e de licenciaturas, e também equiparado aos institutos federais para efeito de incidência das disposições que regem a autonomia e a utilização dos instrumentos de gestão do quadro de pessoal e de ações de regulação, avaliação e supervisão das instituições e dos cursos de educação profissional e superior”. Com isso, passam a serem usadas novas nomenclaturas, como Reitoria (Direção-Geral) e Campus (Unidade escolar).



“Uma das mágoas que eu tenho na vida é a de não ter sido, na minha infância ou juventude, aluno do Pedro II.  Andei por colégios mais lúgubres do que a casa do Agra. Mas há, em mim, até hoje, a nostalgia de não ter estudado ou fingido que estudava lá.”
Nelson Rodrigues (1912 – 1980), escritor, jornalista, dramaturgo e
aluno horário do Colégio Pedro II
 
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